"Agentes da polícia espanhola deslocaram-se à base norte-americana de Guantánamo, em Julho de 2002, para interrogar duas dezenas de presos suspeitos de terrorismo, na sua grande maioria marroquinos, revelou ontem o diário El País.
Tudo foi feito com a autorização dos EUA, a assistência da CIA, sem qualquer aval da justiça espanhola. Na altura, José María Aznar, do PP, era o chefe do Governo de Espanha (...)
Na base norte-americana, os agentes interrogaram suspeitos como Hamed Abderraman, um espanhol de Ceuta que ficaria depois conhecido como o "talibã espanhol". E ainda Lahcen Ikassrien, um marroquino residente em Espanha, capturado no Afeganistão em 2001 e enviado para Guantánamo. A sua pulseira dizia: "Animal número 64".
O primeiro foi entregue pelos EUA a Espanha, em 2004, tendo a justiça considerado que os interrogatórios foram feitos sem mandado de autoridade competente. O segundo foi extraditado para Espanha, absolvido pela Audiencia Nacional, que recusou como prova os testemunhos obtidos em Guantánamo. (...)"
in Diário de Notícias (de ontem)
A situação de Guantanamo é paradigmática da tendência actual: prisões secretas, suspeitos detidos, sem qualquer direito, incluindo o direito a ser acusado.
É uma situação lamentável e muito duvidosa (no mínimo) em termos de direitos humanos, pois deixa a entender que os mais básicos direitos humanos estão a ser violados.
Com atitudes e políticas destas, não me espanta que haja muita gente revoltada.
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