sábado, 10 de fevereiro de 2007

Hole in the wall

O meu amigo João Bruno Craveirinha chamou-me a atenção para esta notícia do Público. Numa altura em que quase só pensamos na IVG, é de salientar este tipo de iniciativas por este mundo fora...

"Em aldeias isoladas da Índia, há crianças que aprendem a usar computadores e a navegar na Internet sem ajuda. Instalam-se computadores em paredes, para que os que não podem ir à escola aprendam uns com os outros.
O Ladahk é uma região remota, situada no Norte da índia, no estado de Jamu e Caxemira. Há quem lhe chame Pequeno Tibete. O acesso faz-se através de estradas que correm pelas montanhas de 4000 metros de altura e mesmo estes caminhos costumam estar bloqueados por neve durante, pelo menos, metade do ano.
Foi numa aldeia perdida na paisagem inóspita do Ladahk, onde os cabos de electricidade não chegam e é preciso recorrer à energia solar, que a equipa de Sugata Mitra, professor da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, montou uma das suas "estações de aprendizagem" - edifícios equipados com computadores e ligação à Internet. Depois de o edifício estar pronto e os computadores instalados, o trabalho está feito. O resto é tarefa para as crianças, que, como Sugata Mitra tem vindo a comprovar nos últimos anos, aprendem sozinhas a utilizar o computador e a navegar dos confins da Índia para o resto do mundo. (...)
A experiência em Nova Deli serviu de ponto de partida para um projecto chamado Hole in the Wall (Buraco no Muro). Mitra instalou computadores noutras cidades e os resultados eram sempre positivos.
Numa cidade, recorda Mitra, uma criança aprendeu a usar o rato em apenas oito minutos e, no final do dia, já 70 crianças estavam a usar o computador. (...)
Actualmente, o Hole in the Wall conseguiu instalar 250 computadores com acesso à Internet. Tal como o original, continuam a ser postos em paredes e o dispositivo assemelha-se a uma caixa multibanco.
A iniciativa é financiada pelo Governo indiano e tem levado a Internet a regiões remotas do país, sobretudo às zonas froteiriças. A experiência, porém, também já foi tentada com sucesso noutros países, como é o caso da África do Sul, Camboja e Egipto. (...)"

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