sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Comunicação Social (im)parcial

"Júlio Machado Vaz admite que possa estar a ser alvo de censura na Antena 1, onde tem um programa de autor. O psiquiatra conta que o programa desta sexta-feira foi suspenso, porque iria falar sobre a regulamentação da lei da interrupção voluntária da gravidez no caso do "Sim" vencer o referendo.
Rui Pêgo, contactado pela TSF, alega que o teor do programa apelava ao "sim", e tendo em conta o serviço publico ao qual a estação está obrigada, ele decidiu suspender o programa de hoje em nome da imparcialidade." (TSF online)

"Em declarações à agência Lusa, fonte oficial do PS disse que o partido pretende esclarecer junto da CNE «os critérios inerentes ao dever de cumprimento do serviço público» por parte da RDP e da RTP.
Os socialistas argumentam que, enquanto a RDP optou, esta sexta-feira, por suspender a crónica diária de Júlio Machado Vaz e Ana Mesquita, por estes serem favoráveis ao «sim» no referendo ao aborto de domingo, a RTP, pelo contrário, manteve o programa semanal com Marcelo Rebelo de Sousa, assumido apoiante do «não»." (TSF online)

Ontem já tinha lido que uma novela de uma estação de televisão (que costumava dar apenas de semana) passou a ser transmitida também ao fim-de-semana. Razão: um dos temas centrais era o aborto, passando essa novela uma mensagem de censura à IVG. Se as televisões privadas ainda têm desculpa, por pertencerem a grupos privados, a pública já está obrigada a ser imparcial e a respeitar o serviço público.
Depois da manipulação no "Caso Esmeralda" agora é a manipulação no referendo...

2 comentários:

Ricardo Sardo disse...

Esta é também uma razão porque vou votar "sim": a intolerância do "não", a quererem impor a sua vontade, a sua "moral".

Ricardo Sardo disse...

Maria Manuel Leitão Marques, no Causa Nossa:

"Homenagem aos meus professores de Direito.
Àqueles que me ensinaram o que era um crime e o que não era. Que há comportamentos que outrora foram qualificados como crime (o adultério, a prostituição, a homossexualidade) e que saíram do Código Penal quando a sua incriminação deixou de fazer sentido. Que me fizeram acreditar que o Direito Penal é para ser levado a sério e não para ser instrumentalizado ao serviço de dogmas morais ou das conveniências políticas ou sociais!"