"José António Barreiros apresentou ontem a sua lista candidata ao Conselho Superior da Ordem dos Advogados. Numa atitude inédita, decidida em meados de Maio. o advogado não concorre com qualquer lista a bastonário.
Justificações prosaicas à parte, como a de “ser bastonário é uma actividade a tempo inteiro” para a qual não se sente motivado, José António Barreiros entende que o Conselho Superior é “o supremo órgão jurisdicional, com competências para julgar o próprio bastonário”, pelo que não faz sentido ser liderado por alguém que “integra as listas de um candidato a bastonário”.
Na prática, conforme explicou ao CM, José António Barreiros entende que “os advogados, que tanto defendem a independência dos tribunais e a separação dos poderes executivo e judicial, não o praticam na própria casa [Ordem] ao fazerem depender o Conselho Superior de uma lista associada ao bastonário”.
Durante a apresentação formal da sua lista, ontem à tarde na sede da OA, em Lisboa, o polémico advogado, que ainda recentemente se envolveu numa troca de acusações com Saldanha Sanches, afirmou que “na Ordem dos Advogados a prática sempre viveu aquém da lei” e que “se houve tempos em daí não vinha mal ao mundo” assim não sucede hoje.
“Há que mudar. Novos tempos trouxeram novas exigências”, defende Barreiros, considerando que “a Ordem dos Advogados não pode ficar à mercê da confusão entre quem manda e quem julga” e que “urge garantir uma plena e radical separação de poderes e a autonomia originária do Conselho Superior”.
Mostrando estar a par dos tempos, no que à Lei da Paridade diz respeito, Barreiros incluiu sete mulheres entre os 22 membros da lista”. (...)"
(Correio da Manhã)
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