sábado, 26 de setembro de 2009

Leituras

"Quando, na madrugada de 22 de Maio de 2003, regressava da final da Taça UEFA, fui confrontado com o expediente que Rui Teixeira remeteu à AR a pedir autorização para a constituição como arguido e prisão preventiva de Paulo Pedroso.
Na véspera, tinha recebido um corrupio de telefonemas de tudo quanto é PS, a clamar pelo facto de a iniciativa do Juiz representar o maior ataque que a democracia tinha sofrido desde o 25 de Abril.
Fui dizendo que aquela iniciativa só era normal e que haver aqui imunidade é que seria Terceiro Mundo.
Mas quando li a transcrição das famosas escutas telefónicas com que se pretendia prender Paulo Pedroso, comentei, de imediato, que a Assembleia, em vez de clamar à cabala, devia ter dito ao Juiz: "Pode constituir arguido o Senhor Deputado. Mas com estes fundamentos, não prende. E se houver o menor rumor de que a AR quis impedir a prisão, fica a saber que, em defesa do prevalente prestígio desta Casa, daremos nota ao País dos fundamentos com que V. Exª queria prender."
Não foi assim. Mas ninguém se admirará que enquanto a prisão de Paulo Pedroso for considerada erro grosseiro Rui Teixeira não possa ter Muito Bom."

(Magalhães e Silva, in Correio da Manhã)

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