sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Quando os actos contradizem as palavras

Quem me lê há algum tempo sabe que nunca fui de escrever sobre a minha privada. Mas hoje abro uma excepção, pois considero que o que escreverei ajudará a explicar a minha posição sobre esta polémica e sobre um tema tão delicado com a Religião.

Quem me acompanha há mais tempo sabe que sou ateu. Há muito que deixei de acreditar na existência de um Deus, de uma entidade superior, e não interessa para aqui o porquê de ter deixado de acreditar. Todavia, sempre respeitei quem acredita e as instituições religiosas, apesar das críticas que lhes faço e nos erros que lhes aponto. Sou, inclusive, casado com uma católica convicta que segue o Caminho Neocatecumenal. E os casos, como este passado com o Porfírio Silva, revoltam-na. Há muito que se sabia que quem mais alega e garante ser católico ou cristão é quem menos segue e age de acordo com os valores e princípios cristãos. Quem mais se diz católico é quem, na prática, é menos católico. E este exemplo é disso prova. Um cristão tolera, um cristão respeita, um cristão não faz aos outros o que não gosta que lhe façam a si, um cristão olha para os outros como iguais, um cristão tenta ser justo. Um cristão não faz o que fizeram ao Porfírio. Nem o "denuncia" - ainda por cima com mentiras e manipulações - nem volta atrás na decisão só porque pensa de maneira diferente em algumas questões. Um cristão, um verdadeiro cristão, nunca faria isto. E é por causa destes falsos cristãos que muita gente, como eu (entre outras razões), "desligou-se" da Igreja.

Resta, pois, enviar daqui uma palavra de solidariedade ao Porfírio e uma mensagem de censura para as mentes tacanhas e intolerantes de quem se pensa superior.

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