Hoje foi dia de greve geral. Quer dizer, geral não, pois apenas a função pública fez greve, já que o privado não pode*. Nunca fui adepto de greves (há precisamente um ano, aquando da última greve geral, escrevi isto, que poderia repetir hoje), apesar de defender a sua existência, como direito fundamental. Talvez por ser utilizada para fins político-partidários e não para defender os trabalhadores, suposto motivo da sua realização. Mas considero que a de hoje tem toda a razão de ser. Sucede que, agora, já ninguém acredita nos sindicatos e nas suas razões para protestarem. É a estória de Pedro e o Lobo... Mas, voltando ao ponto da sua justificação, nunca existiram tantas razões para reclamarmos contras as medidas governamentais. Eu, como já aqui expliquei por mais do que uma vez, o Estado ainda não me pagou nada este ano, pelo patrocínio oficioso. Mas paga (mais) aos amigos dos grandes escritórios de advogados, por um trabalho bem menos necessário e relevante do que o oficioso. E esta será a principal imagem deste governo, tirar aos pobres para dar aos ricos. Exemplos já aqui tenho deixado vários. Por tudo isto, estranho esta sondagem. Das duas uma, ou a Marktest andou a estrevistar moradores da Lapa, ou os portugueses acham mesmo que este governo é bom. E, caso seja esta a realidade, então merecem todo o cêntimo que este governo lhes tirará nos próximos anos e merecem o governo que elegeram. A não ser, claro, que façam parte do lote de amigos privilegiados deste executivo...
* Poder, pode. Mas na actual conjuntura, quem trabalha no privado sabe que seria quase automático ir para o desemprego caso aderisse.
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