O jornalismo deve ser uma mistura de rigor, isenção e imparcialidade, por um lado, e confronto e crítica, por outro. Mas temos cada vez menos jornalistas que conseguem encontrar o equilíbrio entre estes deveres jornalísticos. Temos aqueles que fazem oposição descarada, como José Rodrigues dos Santos a Sócrates e temos aqueles que são mansinhos e pedem desculpa ao entrevistado, quando colocam uma pergunta mais desagradável para este, como sucedeu ontem com José Gomes Ferreira a Passos Coelho.
Ou seja, temos o 8 e o 80, mas não temos o meio termo, o equilíbrio. Enquanto, por exemplo, o espaço de comentário de Sócrates é transformado em interrogatório policial (em que o jornalista faz de polícia), a entrevista a Passos Coelho é transformada num espaço de opinião, em que o jornalista limita-se a lançar temas, previamente combinados claro, para aquele dizer o que tem a dizer, sem qualquer contraditório ou perguntas difíceis ou confrontacionais. Ontem só faltou, no final, tirarem uma selfie e José Gomes Ferreira bater palmas, de tão parcial que foi a condução da entrevista.
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Nota: eis outro exemplo de jornalismo parcial e sem rigor.
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