sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Comunicação Social

Carta de um leitor no Abrupto (http://www.abrupto.blogspot.com/):

"Penso que a "coisa" pior da comunicação social nacional em 2006 foi, sem sombra de dúvida, a sua falta de originalidade e identidade. (...)
A imprensa nacional carece assustadoramente de jornalismo activo, de repórteres que observem a realidade in loco e a transformem em notícia. As notícias nos jornais portugueses não só são semelhantes entre si como, para cúmulo, iguais às dos principais jornais mundiais. A razão é que todos os jornais portugueses vão beber à mesma fonte: as agências de notícias.
Isto transforma a nossa imprensa numa indústria transformadora e recicladora, incapaz de se diferenciar entre si e face ao resto do Mundo.
Esta conduta dos media portugueses, para além de condenar a sua própria existência (quem é que vai comprar um jornal, se pode ir logo ao site da France Press?), ridiculariza o próprio leitor/espectador, que dá por si, por vezes, a ler artigos que em nada condizem com a informação a prestar por um órgão de comunicação nacional, como por exemplo a polémica entre Donald Trump e a Miss USA ou a morte de um caçador de crocodilos famoso no Mundo anglófono mas praticamente anónimo em Portugal. (...)
Questiono, por exemplo, porque é que nunca lemos nada sobre as milícias na Colômbia ou a ditadura na Birmânia. Porquê sempre os mesmos temas, Índia, China, Irão, Iraque e Angola? Porque não mais independência?
(...)"

A verdade é que por vezes falta alguma formação em muitos jornalistas. Temos, como exemplo, as reportagens sobre julgamentos ou processos jurídicos. As empresas de comunicação social em vez de apostarem unica e exclusivamente em licenciados em jornalismo, deveriam também apostar em licenciados noutras áreas, precisamente para terem jornalistas que saibam do que estão a falar...

1 comentário:

Ricardo Sardo disse...

Anteontem, um jornalista da TVI que estava presente na conferência de imprensa com o Ministro da Saúde Correia de Campos, decidiu abandonar a sala, antes desta terminar.
Não cheguei a perceber muito bem os motivos (acho que o Ministro não quis responder a uma pergunta, que é seu direito aliás), mas com este comportamento o jornalista perdeu toda a razão que pudesse ter.
Abandonar uma conferência de imprensa mostra, antes de mais, uma enorme falta de educação e de respeito pela pessoa que está ali apenas por causa... dos jornalistas.
Coincidência (ou não), todos os serviços noticiosos da TVI (já lá vão pelo menos 4, incluindo o jornal nacional que decorre enquanto escrevo estas linhas) começaram com reportagens em vários hospitais, entrevistando toda a gente que aparecesse à frente, tentando transmitir a ideia de que as coisas não vão bem e que existe uma revolta generalizada (não vão mesmo bem mas também não há nenhuma contestação generalizada), enquanto que os restantes noticários (RTP e SIC) começaram com outros temas, diga-se, bem mais relevantes e importantes. Como se não bastasse esta atitude claramente retaliatória (no meu entender), não se limitou aos 2 ou 3 minutos habituais. As ditas "reportagens" levaram em todos estes noticiários pelo menos 10 minutos, enquanto RTP e SIC deram várias notícias durante o mesmo período de tempo.
Esta atitude já não é nova na TVI. Já com os anteriores governos (recordo-me de alguns episódios com Guterres, Barroso, Santana e já com Sócrates) a TVI decidiu, em determinados momentos, fazer autêntica campanha contra os referidos governos. Desta vez a fava saíu a Correia de Campos...
Assim a TVI não vai a lado nenhum. Talvez se safe com as novelas, pois dos 3 canais é o noticário menos visto, com os números do "share" a descerem... Eu não vejo mais.