domingo, 4 de março de 2007

Museu do Estado Novo

Ontem vi na televisão cenas lamentáveis, cenas que nunca pensei ver no meu país: confrontos entre a população por causa de uma pessoa. Não é qualquer pessoa, é Salazar, o político mais influente de Portugal nos últimos séculos (influente pela negativa, mas influente).
De um lado cantava-se "Grândola, vila morena"; do outro gritava-se "viva Salazar" e faziam-se saudações fascistas.
Das duas uma: ou a maioria da população de Santa Comba Dão não condena a política de Salazar e do regime do Estado Novo, ou então existiam "infiltrados" para provocar confrontos.
A verdade é que nos ultimos tempos se tem falado muito (em demasia, na minha opinião) de Salazar. Ele não merece. Merece sim ser desprezado, ignorado. Mas pelos vistos ainda tem muitos seguidores e saudosistas.
Que se assumam os seus apoiantes. Que admitam que concordam com a politica e o estilo, autoritário, anti-democrático. Sim, Salazar não era um democrata, era um ditador. Mas em vez de admitirem que concordam com o estilo dele, tentam passar outra imagem dele, a de um estadista. Todos as estatísticas provam que o regime foi prejudicial para Portugal, quer a nível económico, quer social.
E é esta tentativa de adulterar a imagem e escamutear a História que tem de ser condenada e combatida, pois como disse Jorge Sampaio há alguns anos, "A Democracia não é um bem adquirido, mas sim constantemente promovido, defendido".

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