sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Quando acordarmos para esta triste realidade, já será tarde demais

"Um deputado social-democrata alemão, Joachim Poss, perguntou ao Ministério das Finanças local quanto a Alemanha tinha lucrado com a crise do euro. A resposta do ministério liderado por Wolfgang Schäuble é objectiva: todas as hesitações sobre o euro e o afundamento dos países do Sul permitiram à Alemanha arrecadar 41 mil milhões de euros. O ganho veio de uma forma simples: enquanto os juros da dívida disparavam nos países em perigo, os investidores refugiavam-se na velha Alemanha, a economia mais forte e sólida da zona euro. Em muitas ocasiões, a Alemanha conseguiu vender dívida a juros negativos – ou seja, os investidores pagavam à Alemanha para os deixar investir as suas poupanças nos cofres seguros de Berlim. Afinal, desmentindo toda a propaganda sobre os custos para o contribuinte alemão com a “ajuda” aos países em dificuldades – propaganda não só veiculada na Alemanha como, qual síndrome de Estocolmo, absorvida pelos representantes da europaranóia dominante em cada país europeu, incluindo o nosso – a crise do euro ajudou a Alemanha a encher os cofres. Foi uma espécie de euromilhões em que o jackpot saiu sistematicamente ao mesmo apostador. (...)"

(Ana Sá Lopes, no i)

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A falta de comunicação da Justiça

"Dois trabalhadores, que conduziam uma viatura de recolha de lixo, tiveram um acidente. Realizados os obrigatórios testes de alcoolemia, descobriu-se que ambos estavam sob efeito de álcool. Ou seja, estavam a trabalhar com mais de 1,2 g/l no sangue e o que conduzia a viatura estava inclusive a praticar um crime (condução sob efeito de álcool). A empresa despediu-os e um deles, descontente com tal decisão, contestou o despedimento em Tribunal."

Eis um excerto do mais recente artigo de opinião para o Local.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Balzac explica

 
O artigo da Forbes é este e os negócios da família já foram bem explicados por exemplo pelo Daniel Oliveira. Como dizia Balzac já há 200 anos, "por detrás de uma grande fortuna, há um crime". E quando vemos tão poucos a enriquecerem tanto mas tanto, enquanto tantos passam fome e o país não evolui, é de pelo menos desconfiar na justeza da repartição dos dinheiros angolanos...

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Os gajos da BBC conseguem ver o futuro

Em 2005, nascia em Inglaterra uma série televisiva sobre os meandros e o dia-a-dia de uma secretaria de Estado do governo britânico. Sempre com impropérios e injúrias à mistura, as manifestações de desorientação e incompetência sucedem-se, levando-nos ao sorriso espontâneo. Oito anos depois do primeiro episódio, a RTP 2, num gesto de claro interesse público (e com um timing perfeito), transmite a série. Ainda vai na primeira temporada, mas já deu para perceber que os gajos da BBC conseguem ver o futuro e descobriram, em 2005, que em 2013 teríamos em Portugal um governo igualzinho ao da série. Nos desastres políticos, nos erros de palmatória, nas ameaças a jornalistas, nos sucessivos exemplos de incompetência e polémicas (e consequentes demissões), tudo igual ao nosso actual governo. E, finalmente, quando Coelho, Portas e Relvas sobem ao poder em Portugal, a BBC, num assumo de realidade, decide terminar com a série. É que os gajos são mesmo bons e, como disse, conseguem ver o futuro e viram que, com este governo português, estaríamos todos entretidos e sorridentes com as trapalhadas dos nossos governantes e a série cairia em desgraça. Ao contrário dos americanos, que esticam as séries até as pessoas se fartarem delas (levando-os a cancelarem algumas delas), os ingleses são inteligentes e terminam com elas quando estão por cima. Os gajos são bons!