sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Quando acordarmos para esta triste realidade, já será tarde demais

"Um deputado social-democrata alemão, Joachim Poss, perguntou ao Ministério das Finanças local quanto a Alemanha tinha lucrado com a crise do euro. A resposta do ministério liderado por Wolfgang Schäuble é objectiva: todas as hesitações sobre o euro e o afundamento dos países do Sul permitiram à Alemanha arrecadar 41 mil milhões de euros. O ganho veio de uma forma simples: enquanto os juros da dívida disparavam nos países em perigo, os investidores refugiavam-se na velha Alemanha, a economia mais forte e sólida da zona euro. Em muitas ocasiões, a Alemanha conseguiu vender dívida a juros negativos – ou seja, os investidores pagavam à Alemanha para os deixar investir as suas poupanças nos cofres seguros de Berlim. Afinal, desmentindo toda a propaganda sobre os custos para o contribuinte alemão com a “ajuda” aos países em dificuldades – propaganda não só veiculada na Alemanha como, qual síndrome de Estocolmo, absorvida pelos representantes da europaranóia dominante em cada país europeu, incluindo o nosso – a crise do euro ajudou a Alemanha a encher os cofres. Foi uma espécie de euromilhões em que o jackpot saiu sistematicamente ao mesmo apostador. (...)"

(Ana Sá Lopes, no i)

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