segunda-feira, 23 de junho de 2008

Imprensa mais rápida que Justiça?

O Correio da Manhã publica hoje uma reportagem sobre a "vida de luxo" de João Vale e Azevedo em Londres.
Não seria nada de mais, se não se tratasse de alguém que tem pendente sobre si um mandato de captura europeu e uma condenação transitada em julgado e a prisão à sua espera.
A pergunta, óbvia diga-se, é como é que é possível que a Comunicação Social consiga rapida e facilmente chegar até ele, quando a Justiça (supostamente) anda à sua procura?

Pinto Monteiro já veio dizer que espera que o mandato seja cumprido, mas certamente não estará à espera que Vale e Azevedo ainda esteja na mansão à espera da polícia, de braços abertos, depois de publicadas as fotos em que até sorri para a câmara, como que gozando com tudo isto.

E aqui levante-se outra questão: não deveria o Correio da Manhã avisar antes as autoridades da sua localização, antes de publicar a reportagem? É que assim, caso se comprove que Vale e Azevedo volte a fugir, não será culpado por um criminoso continuar foragido, tal como já tinha acontecido, por exemplo, Rosa Casaco (na famosa entrevista na Torre de Belém, quando era procurado pelas autoridades)?
Sei que os 'entrevistados' concedem a entrevista na condição de não serem denunciados, mas será que o desejo em vender jornais (e, consequentemente, fazer dinheiro) se deve sobrepor à realização da Justiça? Nos EUA, por exemplo, isto seria crime de obstrução à Justiça.

À consideração das autoridades e do Sindicato dos jornalistas...

1 comentário:

Rui Moreira disse...

Quando é que este senhor que afirmou " Aqui em Iiglaterra não dá para esconder nada" é preso?