Descobri ontem um aspecto interessante da nossa fabulosa Liga de Clubes, supostamente (segundo os adeptos e comentadores portistas e sportinguistas) ao serviço do Benfica: o clube encarnado é, de longe, o mais castigado em multas. E um dos principais motivos das punições é o alegado comportamento incorrecto do público (art.º 149º do Regulamento Disciplinar). Dos seus adeptos, que têm enchido estádios, portanto.
De facto, esta época e em 26 jogos (25 para o campeonato e 1 para a Taça da Liga), o Benfica foi punido com 35 multas. Ou seja, há jogos em que leva mais do que uma! O valor total ascende a mais de 33 mil euros. Mas basta ver os jogos dos três grandes para comparar o comportamentos dos adeptos. Enquanto que uns têm puxado pela própria equipe, outros insultam o rival, que nem sequer está a jogar naquele momento. Mas o Benfica é que é punido. Na final da Taça da Liga, Porto e Benfica foram multados no mesmo montante, quando todo o país assistiu pelas televisões ao comportamento bárbaro de uma claque (liderada por um jovem que até já escreveu um livro onde confessa a prática de vários crimes ao serviço da claque que lidera), quando, do outro lado, famílias indefesas (onde andava a GNR?) fugiam, aterrorizados dos primeiros. E são multados no mesmo montante?
Mas já ficamos a compreender como isto acontece, quando ficamos a saber que quem decide destas multas são os delegados ao jogo e que quase todos os que assistem aos jogos do Benfica são portuenses e quem nomeia os delegados para os jogos é um senhor de nome Vasco Fernandes, antigo dirigente do Porto. Estão a perceber o esquema, não estão?
O Apito Dourado não faz parte da História, do passado. Está aí e bem vivo. E não é só no Futebol, como o recente escândalo no Hóquei em Patins o demonstra.
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