quarta-feira, 16 de junho de 2010

Menorca: a mais pequena das Ilhas Baleares

Sinceramente não sei por onde começar... Se pelas praias, se pela paisagem, se pela simpatia dos menorquinos, ou se pela tranquilidade da ilha, reserva da Biosfera.
Menorca é uma ilha relativamente pequena. De Maó (capital, no extremo oriental da ilha) a Ciutadella (na ponta ocidental) não são mais do que 50 kms. As vias são boas, com excepção de alguns caminhos de acesso a praias, propositadamente maus. As praias virgens (quase todas na costa Norte da ilha) são para preservar e os caminhos de acesso em más condições servem para evitar a urbanização daquelas zonas.
Têm uma língua própria, o Menorquín, semelhante ao Catalão, e assumem-se como autónomos das restantes regiões espanholas. Adoram sandálias (de tal forma que apostam na sua produção e comercialização) e têm uma pancada por lagartos, sem saber ainda hoje bem porquê...
O tempo não foi o melhor, tendo estado quase sempre meio nublado, tendo inclusive chegado a chover na segunda-feira. Ou seja, a praia foi aproveitado aos bochechos, apesar da água morna e das paisagens lindíssimas e tentadoras.
Alugámos um carro durante três dias, que vieram a mostrar-se insuficientes para conhecer a ilha toda e algumas praias lindíssimas, como Cala Pregonda ou Cala Mitjana. O carro é altamente recomendável, para quem pretende conhecer a ilha e as magníficas praias à sua velocidade e ao seu ritmo, aproveitando para dar uns mergulhos. Porém, o cavalo ou mesmo a bicicleta são alternativas, para quem domina as ténicas, pois têm acesso a caminhos e locais que o automóvel não chega.

Son Bou
Ficámos hospedados num hotel em Sou Bou, uma pequena localidade (na verdade, exceptuando Maó e Ciutadella, todas as localidades são pequenas) no Sul da ilha. Óptimo para famílias com miúdos (os Flinstones - Los Picapiedra na língua de Cervantes - dominam a decoração do hotel), a praia é excelente para passeios e para mergulhos na água límpida e transparente. Tem alguns bares e restaurantes, mas é calmo e tranquilo e, como fica sensivelmente a meio da Costa Sul, está perto de qualquer outro lado da ilha.

El Toro
O santuário, situado no centro de Menorca, não é nada de extraordinário, mas as vistas de lá de cima são fenomenais. Vê-se praticamente toda a Costa Norte, incluindo as calas (praias) e os caps (cabos).

Cala de Santa Galdana
Foi a primeira praia a ser visitada. Noutra localidade com algum turismo, para além do Porto e marina tem a linda praia de areia branca, no meio de duas pontas, duas falésias, criando um cenário quase perfeito.

Macarella
Entre várias praias na Costa Sul, esta talvez seja a verdadeira praia de sonho, juntamente com a vizinha Macareletta. Água transparente, um cenário lindo, sendo a água quente o corolário de uma descida de quinze minutos por um trilho desde o parue de estacionamento mais perto.

Macarelleta
Praia virgem, mais pequena que a sua vizinha, com acesso por um outro trilho pela falésia odicental de Macarella. É uma das praias onde se pratica o nudismo, se bem que em todas as praias haja sempre uma espanhola a fazer topless.
As fotos falam por si, pelo que fico por aqui nas palavras...

Cala em Turqueta
Não deu para um mergulho (o dia já chegava ao fim e ainda havia Ciutadella para visitar), mas ficou a beleza natural de mais uma praia virgem na retina.

Ciutadella
A segunda das duas verdadeiras cidades de Menorca. Já foi capital da ilha, mas o porto de Maó acabou por falar mais alto. É relativamente pequena e visita-se em poucas horas. Vale pelas ruas e vielas típicas e pelos edifícios bem preservados. 'Agradável de se viver' foi o meu primeiro pensamento.

Cap d'Artrutx
Na ponta mais a sudoeste da ilha, é um dos muitos cabos. Fica junto a Cala en Bosch, outro foco turístico, sobretudo inglês.

Castell de Santa Águeda
Depois de ter começado o segundo dia com carro com uma tentativa frustrada de chegar a Cala del Pilar, uma das praias virgens na Costa Norte (o caminho era mais próprio para cavalo ou jipe), uma subida até ao Castell. São trinta minutos até lá cima, esforço justamente premiado com a vista, ainda melhor do que a vista de El Toro. Mais uma vez, as fotos falam por si.

Platja de Cavalleria
Seguramente uma das praias mais bonitas. Sem qualquer tipo de construção num raio de 5 kms, a paisagem que nos puxa para um banho na água morna é simplesmente deslumbrante. Uma das paragens obrigatórias.

Cap de Cavalleria
Talvez o maior cabo da ilha - e o mais imponente - leva-nos a um outro estado de alma. A vista faz-nos viajar o espaço, para um local bem longíquo deste planeta, um local que nos faz acreditar num paraíso.

Arenal d'en Castell
Depois de uma passagem pela terra piscatória de Fornells e antes de terninar o segundo dia em Na Macaret, outra terra piscatória com uma paisagem enriquecida pelas ilhotas, nova paragem para uma das praias onde fiquei com pena de não ter dado um mergulho. Extremamente apelativo o cenário, ficou o areal na memória, para além da pena do adiantado da hora em que o visitámos, que já não permitia banhos...

Cap de Favàritx
Na ponta mais a nordeste da ilha, Favàritz serviu de ponta de partida do terceiro dia de passeio. O cenário fez-me lembrar as imagens da superfície lunar, apesar do farol.
Do Cabo dá para ver algumas praias do lado oriental da costa, como Platja d'en Tortuga ou Cala Presili.

Maó
A capital tem o segundo maior porto natural do Mundo e é esse o principal factor de atracção turística, juntamente com a Fortaleza de Santa Isabel.
Apesar dos iates (grandes bombas, quase todas com bandeira britânica...), a água é transparente. O centro histórico tem ruas e vielas típicas e agradáveis, tal como Ciuttadela.
Na fortaleza, conhecida como La Mola, podemos visitar os calabouços. Pessoalmente, não me interesso por isso e, como tal, não visitei, aproveitando para ir mais cedo para uma das praias mais bonitas, Sa Mesquida.

Cala de Sa Mesquida
Como escrevi em cima, uma das praias mais belas. Cenário idílico, água límpida e transparente (e morna) e um dos poucos momentos em que o sol e o calor apareceram enquanto visitava uma praia, possibilitando uma bela banhoca. Um momento que permanecerá, seguramente, na memória para sempre.

Cova d'en Xoroi
Imaginem uma falésia de cerca de 50 metros de altura. Imaginem uma gruta a meio da falésia. Imaginem uma discoteca lá dentro. Pois... Cova d'en Xoroi talvez seja a melhor discoteca do Mundo, nem que seja pela localização e pela vista. Paga-se para visitar (sete euros) e tem preço fixo para entrar na discoteca, a partir das 23:00 (17 euros), mas vale a pena.
Depois de passagens céleres por Punta Prima, Binibequér Vell e Binissafúller, praias mais modestas (comparadas com as anteriores, claro), o terceiro e último dia de passeio não podia terminar melhor, com um copo na esplanada de Cova d'en Xoroi, a ver o sol quase a por-se. Se visitarem Menorca, não deixem de visitar esta gruta. Obrigatório.

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