Durante largos meses, logo após a entrada em vigor da Reforma Penal de 2007, magistrados e polícias vieram a terreiro acusar a nova Lei de favorecer os criminosos e mantê-los à solta, impedindo, por exemplo, de ficarem em prisão preventiva em determinados crimes. E fê-lo com o apoio explícito de alguma comunicação social, em particular o Correio da Manhã. Não deixa de ser, pois, irónico que seja o mesmo CM a manifestar-se contra esta decisão do Ministério Público. Aliás, esta decisão mostra duas coisas, que há muito aqui defendo: que o MP tem as armas suficientes ao seu dispor para combater estes casos (na situação em apreço, poderia requerer ao Juíz de Instrução que proibisse o médico de continuar a exercer medicina durante o processo judicial), ao contrário do que foi alegado durante meses; e que a Ordem dos Médicos apenas existe no papel, pois, na prática, ainda é pior que um sindicato.
Seria bom pegarmos neste tipo de casos concretos e reais para percebermos o que verdadeiramente está mal e corrigirmos os erros. Deixando de fora a demagogia e o populismo fácil.
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