quinta-feira, 21 de abril de 2011

Herói

"Carlos Xistra é um jovem árbitro que está perfeitamente enquadrado no panorama da arbitragem portuguesa. Foi para o jogo imbuído de um grande espírito de missão e cumpriu da melhor (forma) possível. Sabia o que estava em causa. Com uma ou outra incidência que sempre há nos jogos e face às envolvências do jogo acho que foi um herói."
(meus negritos)



Esta declaração é do presidente da Associação dos Árbitros - um verdadeiro sindicato -, Luís Guilherme. Mas vale a pena traduzir esta declaração:



1) "perfeitamente enquadrado no panorama da arbitragem portuguesa"


Pois está. Basta olhar para o historial de roubos ao Benfica e de ajudas ao Porto para se concluir que está perfeitamente enquadrado no "panorama da arbitragem portuguesa", mais conhecido por "sistema" ou "polvo".



2) "imbuído de um grande espírito de missão e cumpriu"


A missão era simples: dar a volta ao resultado desfavorável (0-2) na casa do inimigo. E tal requeria uma enorme concentração e motivação (o tal "espírito de missão") e cumpriu. Duas expulsões perdoadas (a Sapunaru, que puxou Saviola quando este seguia isolado para a baliza, ainda com 0-0 e nem sequer marcou falta; e a Rodríguez, por uma entrada duríssima, quando já tinha amarelo) e um golo irregular validado (de Hulk, o 2-0, que deu o empate na eliminatória).



3) "sabia o que estava em causa"


Pois sabia. Mais do que títulos e troféus, estava em causa a hegemonia do futebol nacional, dominado nos últimos anos (décadas) pela corrupção e pelo terrorismo mas posto em causa no ano passado por um Benfica fortíssimo. Por isso, desde a primeira jornada da actual liga que trataram de colocar as coisas como têm estado nos últimos anos.



4) "foi um herói"


Pois foi. O Porto nunca tinha conseguido vencer por mais de um golo na Luz, para jogos da Taça. O feito de ontem eleva, sem qualquer dúvida, o homem ao estatuto de herói. Depois de ontem, que lhes deu a Taça (o Guimarães que me desculpe, mas não terá hipóteses) e do Braga - Benfica do mês passado que lhes deu o título de campeões, este herói bem merece uma estátua junto ao estádio do Dragão. A Luz tem uma de Eusébio, o Porto bem pode ter umas quantas, de Xistra, Proença, Benquerença, de Jorge Sousa, do Elmano, do Cosme, do Bruno Paixão e ainda de mais uns quantos já retirados, como o Jacinto Paixão, o Calheiros, o Martins dos Santos, o Paulo Costa, o Lucílio ou o da azia, Jorge Coroado. Todos uns heróis.

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