A pouco mais de três semanas das eleições que decidirão o próximo governo de Portugal, o principal partido da oposição e favorito a vencer as eleições continua sem programa de governo. Isto é, continua sem saber o que fazer se for governo. A pouco mais de três semanas das decisão, repito.
Se dúvidas houvesse sobre a falta de competência para ser primeiro-ministro, Passos Coelho tratou, ontem, de as tirar. A trapalhada sobre a taxa intermédia do IVA, que garante não irá extinguir, contradizendo Catroga que defende o seu fim, é prova cabal da indefinição e incerteza que reina no partido. Simplesmente não sabem o que fazer se forem eleitos.
Há dias tivemos a confissão de Miguel Relvas que, à saída de um tribunal onde tinha sido ouvido como testemunha, disse que ficou abismado com os problemas da Justiça. Ou seja, Relvas, que, caso o PSD vença, será Ministro, não tem a mínima noção de como funciona a Justiça portuguesa. Tivemos ainda ontem uma gaffe de Passos Coelho, mais uma vez com o IVA, confundindo-o com o IRS (as chamadas "taxas marginais", episódio que também serviu para demonstrar que os jornalistas, mesmos os que se consideram especialistas em economia, não são competentes, pois nenhum percebeu a gaffe e o questionou nesse sentido).
Se no início era natural a ilusão de querer ver Passos Coelho como uma verdadeira alternativa a Sócrates - e como eu queria que fosse, para votar nele - hoje será cegueira ainda acreditar nele. Se queremos alguém competente no governo - e eu quero - então não poderemos votar nesta gente.
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