sexta-feira, 2 de março de 2012

A sarjeta de Dâmaso (2)

Em Novembro de 2010 escrevi isto sobre a porcalheira do Correio da Manhã e bem podia voltar a escrever o mesmo, agora sobre este nojo (mais um) com origem na obcessão psiquiátrica daquela gente por Sócrates. Mas prefiro deixar, tão só, a opinião de José Leite Pereira (este sim, é um verdadeiro jornalista) em 14 de Novembro de 2010:
"O "Correio da Manhã" dava ontem conta de uma escuta a Edite Estrela em que a deputada europeia dizia o que pensava de muitos dos seus parceiros de partido. Edite Estrela não está acusada de nenhum crime, mas foi escutada numa conversa com Armando Vara, no âmbito da Face Oculta. A utilização de uma escuta num jornal é um procedimento que deve estar rodeado de uma série de cuidados e fundado em princípios de rigorosa excepção, que nunca poderão abranger a vida ou as afirmações de um simples cidadão, desempenhe ele o cargo que desempenhar, casualmente apanhado numa escuta de um arguido. Este jornalismo de sarjeta que o CM vem praticando mancha a profissão. Não me querendo arvorar, nem ao jornal que dirijo, em exemplo, há que dizer que comportamentos destes constituem um crime e vão denegrindo a imagem da profissão, porque se tende a generalizar a crítica. Não há, não pode haver, contemplações com casos destes. Há com certeza um grande interesse de uma significativa parte do público por este desnudar constante da vida privada de quem desempenha cargos públicos. E isso poderá ser bom para a venda de jornais. Mas importa sublinhar que o interesse público é outra coisa." (meus negritos)

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