terça-feira, 8 de outubro de 2013

Pedro e o Lobo

Apesar de auferirem um salário bem acima da média nacional e de ainda terem regalias exclusivas, há anos que os maquinistas do Metropolitano de Lisboa fazem greve de tempos em tempos. Protestavam contra o corte de algumas dessas regalias (muitas delas injustificadas, diga-se) e um pouco contra tudo e contra nada. As pessoas fartaram-se das greves, com prejuízos e transtornos óbvios. Agora que não cortam regalias mas sim direitos fundamentais e toda a razão lhes assiste para fazerem todas as greves e mais alguma, as pessoas já não acreditam na bondade das greves. Hoje há uma e de hoje a uma semana irá haver outra. Para quê? Há anos que fazem greves e quase nunca conseguem o que pretendem e já se percebeu que, para este governo, não contam para nada, ao contrário dos grupos empresariais amigos. Apenas para dar mais dores de cabeça a quem tenta sobreviver no actual estado do País. Estas greves são, tal como as outras, inconsequentes e apenas ganham inimigos do lado de onde deveriam captar simpatizantes da sua causa. Querem chamar a atenção para o que estão a fazer (um pouco às escondidas, aliás) aos transportes públicos? Façam greve sem prazo, façam até o governo ceder, leva um dia, uma semana, um mês ou um ano. Aí, sim, causam mossa nas contas da empresa (e na carteira também, mas se querem manter a carteira com dinheiro, há que arriscar) e acordam o País e as pessoas para o problema. Até terem coragem para tal, não contarão com a minha simpatia para esta forma de luta. Isto, repito, de terem toda a razão e legitimidade.

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