"Uma menina de treze meses foi raptada pouco depois de nascer. A raptora fez dela Joana Filipa. Descobriu-se agora o paradeiro da criança, a quem os pais biológicos chamam Andreia Elizabete. Joana Filipa, aliás Andreia Elizabete, é hoje devolvida aos pais biológicos. Vai ter oportunidade de conhecer sete irmãos, três dos quais estão entregues a famílias de acolhimento. Durante treze meses chamou pais a um casal que a tratou com carinho. Vai deixar de ver essa “mãe” e esse “pai”, os únicos que conhece. Afinal, o que é que distingue a Joana Filipa, aliás Andreia Elizabete, da Esmeralda que ninguém sabe onde pára? [Por falar nisso: a polícia cruzou os braços?] Será que, no seu caso, não há lugar a quebra de vínculo afectivo? À perda de referentes? Ao desmoronar da “construção” identitária? Não sofrerá, também ela, uma perda irremediável? Ou só as meninas que estão em parte incerta é que têm direitos?"
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