quinta-feira, 26 de abril de 2007

Verdade escondida?

"A ONU fez a sua própria investigação sobre o número de vítimas da guerra no Iraque e concluiu que o Governo de Bagdade omite, voluntariamente, os dados reais. Tudo porque, diz um relatório das Nações Unidas, as autoridades conjuntas norte-americanas e iraquianas temem que a verdade possa minar os esforços para estabilizar a situação e reduzir as acções dos rebeldes.
O Governo iraquiano, embora não desminta, considera o relatório "impreciso, tendencioso e comprometedor da credibilidade da ONU".
A ONU também denuncia as detenções em massa levadas a cabo pelos norte-americanos e pelas forças iraquianas, afirmando que estão detidas nas prisões do país mais de 37 mil pessoas, não tendo a maioria acesso aos mais elementares meios de defesa.
Ainda segundo a ONU, a grande maioria é detida sem mandados e sem culpa formada, sendo certo que o actual sistema judicial iraquiano não leva em consideração qualquer tipo de legislação, aplicando penas de morte e de prisões perpétuas em julgamentos que duram apenas alguns minutos.
Variam muito as estimativas sobre o número de mortos desde a invasão norte-americana do Iraque, em Março de 2003. Num último estudo divulgado em Janeiro, baseado em dados do Ministério da Saúde iraquiano, hospitais em todo o país e do Instituto Médico Legal de Bagdade, a ONU afirma que 34 452 civis foram mortos só no ano passado. Por outro lado, investigadores norte-americanos e iraquianos, num trabalho publicado no respeitado "The Lancet", jornal médico britânico, estimam que 600 mil civis iraquianos já morreram desde a invasão."

(Jornal de Notícias)

Sinceramente, não sei o que é mais grave: se os milhares de mortos causados pela inépcia da Administração Bush em resolver o conflito por si criado, ou se a violação dos mais básicos direitos de defesa assegurados pelo Direito Internacional...

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