"[A desistência de Almeida Pereira, cerca de uma hora depois de ter reiterado que aceitara a nomeação para dirigir a PJ do Porto, comprova:
- A guerrilha entre as entidades da Justiça está ao rubro;
- O Apito Dourado é muito mais do que uma série de processos crime acerca de futebolices: é um esforço de mudar a PJ e o MP através da estratégia (política) da ‘excepção dilatória’;
- O director nacional da PJ sofreu mais uma rotunda derrota;
-O ministro da Justiça não existe - o que quer dizer que deve sobreviver a toda esta pouca-vergonha.]
"O que se está a passar na Justiça não é só uma crise funcional nem de boas ou más leis - algumas das principais entidades da Justiça enredaram-se numa guerrilha pretensamente regional em que grupúsculos feitos de pequenos poderes disputam capelinhas dentro das coutadas.
Nesta opereta demasiado bufa actuam magistrados sedentos de atenção mediática, um procurador-geral que parece ter sido ludibriado, um director da PJ que consegue piorar o que já está muito mal, tanto quando fala como quando está calado, e um ministro ansiando por continuar na doce invisibilidade dos exíguos - é que há mesmo um ministro, sabiam? E que, nesta última crise, se defendeu dizendo ter-se limitado a aceitar “o nome que me foi apresentado".
Exactamente! É mesmo para isso que existe o ministro da Justiça: para, no âmago de um apuro destes, assinar ‘de cruz’ os papéis que lhe põem à frente."
(Carlos Abreu Amorim, in Blasfémias)
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