"O antigo director nacional da PJ apontou hoje, na sua tomada de posse como inspector do Ministério Público, algumas críticas a esta estrutura, considerando urgente «uma nova dinâmica» para que sejam «alcançadas respostas adequadas e socialmente perceptíveis».
O procurador-geral adjunto Alípio Ribeiro foi hoje empossado pelo Procurador-Geral da República como inspector do Ministério Público (MP), desconhecendo ainda onde vai ser colocado.
Segundo Alípio Ribeiro, há «uma realidade que escapa para a qual não há resposta [do MP], talvez não tanto pela falta de meios, mas pela falta de propósitos».
Num discurso crítico, o antigo director nacional da PJ disse que a culpa não é dos outros, «dos códigos e das leis ou das suas revisões mais ou menos compulsivas».Para o novo inspector do MP, é urgente a revisão do estatuto dos magistrados e uma progressão na carreira que não seja vertical, considerando que a situação actual «afasta os mais experientes e competentes de uma realidade criminal cada vez mais difusa, imperceptível e danosa».
«Não podemos tornar a corrupção, e todos os crimes a ela associados, ou o terrorismo, ou o tráfico de pessoas, retóricas que se esgotam no seu próprio discurso», frisou.
Na sua opinião, «a compartimentação da regulação, da prevenção e da investigação tem sido, continua a ser, absolutamente irresponsável, não permitindo a actuação global que é exigida».
No entender de Alípio Ribeiro, é necessária uma melhor interacção entre os órgãos de polícia criminal e um Ministério Público «mais coeso e com maior sentido de iniciativa e de direcção». (...)"
(Sol)
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