sábado, 24 de janeiro de 2009

Leituras

"Na abertura do ano judicial de 2001, Jorge Sampaio apelou à constituição de tribunais de bairro, a funcionar 24/24h, para julgar, de imediato, o flagrante delito e a criminalidade de rua. E renovou o apelo em 2002.
Por essa altura, Portas e o CDS clamavam, em falsete, pelo endurecimento de penas como constituindo a resposta adequada à criminalidade que diziam em alta.
Oito anos volvidos, e com a criminalidade mesmo a crescer, veio o CDS anunciar, no Congresso do passado fim-de-semana, a apresentação de um projecto de lei para o julgamento de todo o flagrante delito em 48 horas.
Tardou a aprender. Tivesse tido menos preocupação ideológica e mais atenção à criminologia, e saberia que o criminoso, quando estão em causa anos de prisão, vê com a mais completa indiferença o endurecimento das penas. Preocupa-o, sim, a celeridade com que é julgado e, em resultado do julgamento, a ida para a cadeia.
Só espero que o Governo e a maioria que o apoia olhem o projecto pelo seu mérito próprio e não venham rejeitá-lo apenas por ser apresentado por um partido da Oposição.
Já é tempo de o PS, em matéria de Justiça, revisitar o magistério de Sampaio."

(Magalhães e Silva, no Correio da Manhã)

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