quinta-feira, 21 de maio de 2009

Não contem comigo para a guerra

Não há como o disfarçar: existe uma guerra aberta da Ordem dos Advogados. Se a notícia de que há um grupo de advogados a ponderar pedir a demissão de Marinho Pinto do cargo de Bastonário for verdadeira, então é mais um episódio que mancha a advocacia.
Não votei em Marinho Pinto e muito dificilmente votarei nele no caso de se recandidatar, mas considero que devem deixá-lo levar o mandato até ao fim, já que este é para cumprir, mesmo que discordemos das suas acções. Marinho Pinto foi eleito por uma maioria considerável dos advogados e a sua legitimidade não pode ser colocada em causa. Quem discorda das suas acções e medidas (eu também discordo de muitas delas), terá de as contestar nos lugares próprios e não censurá-lo, fazendo tábua rasa dos resultados das últimas eleições.
Se discordo e critico frontalmente a forma como Marinho Pinto diz as coisas, não há dúvida que muito do que diz é verdade. Alguns dizem que só assim (sendo directo e "sem papas na língua") é que consiguiria (e consegue) captar a atenção das pessoas e dos media. Sem dúvida que nunca um Bastonário (pelo menos que eu me recorde) teve tanto mediatismo e foi tão conhecido. Todavia, abusa na forma como diz as coisas e nas palavras, chegando, por vezes, a ultrapassar o bom senso e a prudência, levando, como se pode constatar, a conflitos, atritos, criando, dessa forma, antipatias e inimigos.
Da minha parte e apesar as muitas críticas que aqui lhe fiz (e estou certo que continuarei a fazer), não contribuirei para esta guerra e para a imagem negativa dos advogados que, neste momento, veicula na sociedade. Criticarei quando entender ser justo fazê-lo, mas respeitarei sempre a sua legitimidade e, acima de tudo, os meus colegas que nele votaram.

3 comentários:

S disse...

Na minha opinião, o melhor texto que já colocou aqui. Muito sensato.

Parabéns.

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S.

Ricardo Sardo disse...

Obrigado pelo comentario.
Bom fim-de-semana.

S disse...

Obrigada eu, por escrever assim.

S.