sexta-feira, 29 de maio de 2009

Os "canais institucionais adequados"

O caso BPN é um escândalo tão grande quanto a inércia das autoridades competentes para investigar o caso.
A opinião pública, através das televisões, tem podido assistir às inquirições parlamentares a várias pessoas envolvidas ou relacionadas com o Banco (foram já ouvidas várias dezenas) e as atenções centram-se em Oliveira e Costa, já constituído arguido, e Dias Loureiro, este também com implicações políticas (foi, até anteontem, conselheiro de estado).
Porém, o processo judicial aparenta estar bem mais lento, acusando a habitual lentidão bem à portuguesa. Então não é que Dias Loureiro já foi ouvido na Assembleia da República mas o Procurador-Geral da República entende que "até ao momento não se justificou" a sua audição?! Não se justificou? Please...

E será que foi com base neste entendimento que o Presidente afirmou ontem de que "a informação de que dispõe não lhe permite estabelecer nenhuma diferença de um conselheiro em relação a qualquer outro dos seus pares"? Isto porque, segundo o próprio, "o Presidente da República tem algumas informações vindas dos canais institucionais adequados que vão para além daquelas que os jornalistas eventualmente conhecem". Está-se mesmo a ver que o "canal institucional adequado" é a PGR e Pinto Monteiro. Pergunto. não está o processo em segredo de justiça, aplicando-se esta regra a toda a gente, incluindo os restantes órgãos de soberania como o PR? Será que Pinto Monteiro vai abrir processo disciplinar contra si mesmo por violação do segredo de justiça? E não se demite do cargo?
Onde isto já chegou...

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