
Não quero abordar o caso (conhecido como o "caso dos submarinos", que envolveu o então Ministro da Defesa Paulo Portas) mas apenas o crime cometido hoje. Estou a falar, obviamente, da violação do segredo de justiça. As fotos publicadas pela revista são a prova do crime. Note-se que foram tiradas por um fotógrafo da revista (identificado na peça) e não por uma qualquer "fonte anónima".
Ou seja, o "chibo" para além de dizer o que foi lá fazer o Dr. Carlos Alexandre ("entre outros documentos, o MP está à procura do contrato de financiamento associado à aquisição dos submarinos"), disse com antecedência, o que permitiu que a revista enviasse um fotógrafo para captar as imagens da chegada, o que fez.
Isto significa, pois, que, estando o processo sob segredo de justiça, o "chibo" tem de ser alguém com conhecimento sobre o andamento do processo e sobre a diligência.
Chegados aqui, resta apresentar as possibilidades de fonte da fuga:
a) o próprio Juíz de Instrução;
b) algum funcionário judicial que trabalhe com o Juíz de Instrução;
c) um dos procuradores do Ministério Público responsáveis pelo (e com acesso ao) processo;
d) algum funcionário judicial que trabalhe com esses procuradores;
e) alguém que trabalhe no escritório alvo das buscas.
Começando pela última, parece-me totalmente improvável, pois significaria que teria tido acesso à informação, ou seja, um dos responsáveis pelo processo teria-se "chibado" ao escritório...
Restam-nos, portanto, os magistrados (Juíz de Instrução e procuradores do MP) e funcionários, pois processos destes não ficam à vista para as senhoras da limpeza darem uma olhada, mas sim dentro dos cofres.
Eu desconfio de quem tenha sido, mas, claro, irei manter a minha opinião para mim e só para mim. Mas se querem uma dica, pensam nas últimas fugas de informação e comparem o modus operandi da fuga. Pode ser que cheguem à mesma conclusão que eu...
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Nota: Apesar de não ser particularmente difícil investigar e descobrir quem se chibou neste caso, quem espera que o MP investigue este crime de violação de segredo de justiça que espere sentado. Mais uma vez, Pinto Monteiro e seus procuradores farão vista grossa.
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