Como órgão de Justiça disciplinar, a Ordem dos Médicos nunca funcionou convenientemente. Quase todos os casos de negligência médica que resultaram em condenações judiciais (civis ou criminais) deram em arquivamento na Ordem. Esta notícia é apenas mais um exemplo que indicia a falta de interesse da OM em avaliar de forma isenta os casos que lhe são apresentados. E se compararmos com, por exemplo, a Ordem dos Advogados, concluímos que existe uma diferença abismal. Os números de "condenações" disciplinares dos advogados são públicos. Algumas até são publicadas na revista da Ordem. Se um advogado cometer um ilícito disciplinar, é praticamente certo que lhe seja aplicada uma sanção (as mais comuns são as suspensões).
A pergunta que se impõe é, pois, esta: a Ordem dos Médicos é uma entidade, imparcial, que regula a actividade dos médicos ou apenas mais um sindicato que visa apenas proteger e defender os médicos, mesmo quando estes erram?
A pergunta que se impõe é, pois, esta: a Ordem dos Médicos é uma entidade, imparcial, que regula a actividade dos médicos ou apenas mais um sindicato que visa apenas proteger e defender os médicos, mesmo quando estes erram?
Errar é humano e todos nós erramos. Mas quando erramos temos de responder pelos erros e o que a Ordem dos Médicos aparenta fazer, caso após caso, é varrer o pó para debaixo do tapete, protegendo os médicos e ignorando (e prejudicando) as vítimas dos erros. E as vítimas são pessoas, que, por vezes, até perdem a vida (ou, no caso da notícia em cima linkada, o bebé). Poderá a Ordem, como entidade de interesse público, ser responsabilizada por esta atitude corporativa? Poderemos continuar a permitir este comportamento de protecção profissional?
1 comentário:
Enquanto esta classe tiver uma espécie de complexo de Jesus Cristo (sem acinte ) e um sentimento de impunidade, teremos o que temos.
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