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Em primeiro lugar, as fugas de informação partem sempre de algum lado. Ou os jornalistas entram nas instalações dos tribunais e furtam peças processuais ou então alguém lhes passa a informação. E esse alguém terá, necessariamente, que ter acesso aos processos, à informação. Isto significa que, à partida, todos são suspeitos, no sentido de que pode ter sido um magistrado, um juíz, um advogado, um funcionário, uma senhora da limpeza, alguém que esteve em contacto com o processo.
Em segundo lugar, estamos a partir do pressuposto de que existiu de facto uma fuga no dia a seguir ao PGR ter recebido as certidões, mas a única maneira de sabermos isso é termos conhecimento de escutas, escutas essas que estão ainda abrangidas pelo segredo de justiça. E vindo esta insinuação de quem vem, considero-a suspeita e duvidosa. Porque já se percebeu a verdadeira intenção do arquitecto Saraiva. E as escutas têm sido publicadas às pingas e os jornais apenas publicam as que lhes convém, sejam a favor ou contra os visados, fazendo interpretações duvidosas.
Em terceiro e último lugar, já se percebeu que neste país não há interesse em investigar o crime de violação do segredo de justiça. Porque será?
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