Na proposta de Revolução Constitucional (RC) do PSD, uma das ideias principais é remodelar o Serviço Nacional de Saúde. Choveram críticas quando foram conhecidas as ideias do partido supostamente social-democrata e, como tal, tornou-se necessário "criar" fundamentos para a proposta e sustentar a ideia. O arquitecto simpatizante tratou da encomenda e o resultado foi este: uma "peça jornalística" que nos dá conta de alguns erros na Saúde, nomeadamente em operações. Ora, como é sabido, errar é humano, toda a gente erra e sempre existirão erros e falhas. A ideia é clara como água cristalina: passar a ideia de que o sistema precisa mesmo de ser remodelado. Ora, se seguirmos esta bitola do Sol, teríamos, necessariamente, de remodelar todos os sectores da sociedade, a começar, desde logo, pela comunicação social e pelo jornal Sol, onde os erros e as falhas deontológicas se repetem, porventura mais acentuadas que na Saúde...
5 comentários:
No limite, acho que todos sabemos qual o resultado das medidas ditas liberiais:
Com o argumento de que as famílias passam a dispôr de mais liberdade de escolha, criam-se colégios privados/confessionais onde apenas entram os filhos das famílias previamente definidas. Nesses colégios escolhem-se também, tal como agora, os professores, e aí pode haver aulas de substituição, horários de recuperação, explicações privadas para os que delas necessitarem(e pagarem!),inglês, computadores, música, época de exames alargada, regimes de transição mais favoráveis,... etc, etc.
Até agora, com este "horroroso sistema de ensino público", as despesas dos privados eram em parte suportadas pelo Mº. da Educação, mas quem os frequentasse, pagava do seu bolso uma propina suficientemente alta para evitar contágios indesejados...
Então o que é que mudaria com o cheque-ensino?
Os colégios privados continuariam a receber a contribuição do OE, por cada aluno ali matriculado...mais todos os cheques ensino a que todas as famílias teriam direito...e as propinas referentes ao status familiar.
No entanto no Ensino Público, esvaziado dos melhores alunos( de famílias sem base cultural e sem dinheiro para explicações, desde a mais tenra idade...) e por acção desmiolada dos Sindicatos, não poderia haver nem fixação de professores, nem a sua escolha pelas direcções das escolas. O nível continuaria a baixar, o desempenho a ser insuficiente, e com os exames por que tanto clamam, a fazer a segregação social, concretizar-se-ia o desígnio das classes dirigentes: a manutenção de um exército barato de mão-de-obra desqualificada que frequentou apenas alguns anos da escolaridade obrigatória em escolas desorganizadas (quem é que quer dar aulas ou dirigir escolas sem aproveitamento, sem disciplina, sem autoridade? Apenas frequentadas pelos filhos dos desprotegidos sem dinheiro para os meterem em colégios?).
É que vai haver colégios privados para vários escalões de contribuintes. Onde os tontos dos professores, que não perceberam nada do que se estava a passar, irão ser tratados como mão-de-obra barata e dispensével, tanta vai ser a oferta...
Seguir-se-á portanto a segmentação da sociedade por níveis de rendimento e não como eles propagandeiam: Oportunidades iguais para todos...
A marginalidade subiria, a criminalidade tão ansiada pela direita seria evidente e daí resultaria uma classe média impotente, amedrontada, inculta, mas agradecida, por haver tão bons dirigentes que mandaram fazer tantas cadeias e tantos reformatórios onde recolhem os malfeitores que não se sabem adaptar devidamente ao evoluir da sociedade...
E em quem é que essa classe média iria votar?
Em quem prende os marginais, ou em quem teima em educar, geração após geração?
Questões que há muito se encontram respondidas na "perfeição" das sociedades americana e australiana, só para dar dois exemplos...
Simples, não é?
Bastante simples de perceber, Miguel, mas apenas para quem quiser usar a cabeçinha. É que há pessoas que engolem tudo o que alguns lhes dão...
Abraço.
Caro Dr,
O "M" é de Manuel.
You have got an email!
Cumps!
Há muito que me convenci que era de Miguel... Não sei porquê... Mil desculpas.
Abraço.
E, já agora, obrigado pela correcção. Tem toda a razão!
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