O grande erro deste governo, em termos financeiros, foi pensar que ultrapassava a crise sem medidas extremas e más para as pessoas e empresas. Sócrates e alguns acólitos, como Manuel Pinho, Mário Lino ou António Mendonça, continuaram a pensar que podíamos continuar com as mesmas políticas económicas que adoptaram desde 2005. Teixeira dos Santos, que só continuou no governo por causa da situação extrema do País e pela cegueira megalómana do grande chefe, era cada vez mais um homem só no governo, exceptuando talvez Vieira da Silva, a outra voz prudente deste executivo. A dura realidade acabou por mostrar a Sócrates e seus fiéis que as ideias futuristas tinham de ser repensadas, os objectivos reapreciados e as medidas corrigidas. A crise mundial acabou por nos abalar e está aí com toda a sua pujança, também por força de alguns que tinham interesse nisso para enriquecerem do dia para a noite. E enriqueceram e nós ficámos mais pobres. O grande erro deste governo foi não ter adoptado as medidas inseridas no Orçamento para 2011 mais cedo, nomeadamente já no Orçamento para o presente ano, adiadas na expectativa de a crise não nos atingir em cheio. E é este erro que Passos Coelho, um rookie na política e um inexperiente nestas matérias, está agora a cometer, ao mostrar contentamente com o facto de o governo ter recuado em algumas das medidas propostas, especialmente no corte dos benefícios fiscais. O próprio acaba, no Facebook, por admitir que o pior ainda pode estar para vir, pois ele sabe, lá bem no fundo, que as exigências dos seus enviados especiais, Catroga e Ca., não passam de fogo de artifício para inglês ver, ou melhor... para eleitor ver. Os portugueses, como eu, ficam contentes, pois irão pagar menos em impostos, mas a medida acaba por ser negativa, pois era tão necessária quanto impopular. Sócrates subiu os salários da Função Pública e reduziu o IVA em vésperas de eleições e venceu-as. Os resultados estão à vista. Passos Coelho e a longa fila de boys que o seguem e acenam com o cartão do partido já só pensam no poder. Os resultados virão lá para o próximo Verão. Só não venham é, então, culpar Sócrates pela bancarrota. É que serão tão culpados quanto aquele.
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