Há coisas que não entendo e uma delas é esta das escolas privadas exigirem do governo a manutenção dos contratos de cooperação do Estado e os estabelecimento de ensino privados. E não entendo porque, certamente por desconhecimento (pelo qual desde já peço desculpa ao leitor), não vejo como é que existe a "igualdade" de acesso aos alunos. Uma coisa é uma escola (particular) receber alunos sem meios económicos, quando não exista um estabelecimento público disponível para o acolher (não haver uma pública nas redondezas ou haver mas ter as vagas preenchidas) e o Estado pagar a diferença para a propina, outra coisa bem diferente é a escola que apenas admite alunos que possam pagar as propinas, rejeitando os restantes. Neste caso, para que serve afinal o apoio financeiro do Estado? As propinas não chegam? É que esta situação acaba, isso sim, por criar o inverso da igualdade, pois cria uma diferença entre as escolas que recebem apenas do Estado e aquelas que recebem do Estado e as propinas, beneficiando os que têm meios económicos para suportar as propinas, pois com mais dinheiro as escolas têm mais e nelhores meios do que as públicas. Digo eu, que não entendo nada disto...
.
Adenda: ler o Eduardo Pitta. Certeiro.
2 comentários:
Claro como água! E eu fui dos suportei dois filhos no ensino privado até ás Faculdades, estas já públicas. Mas não esqueço que via gente chegar de Mercedes-Benz que ía levantar na Secretaria da escola a subvenção que então era dada no Governo de Guterres aos encarregados de educação cujo IRS lhes permitia beneficiar dessa comparticipação do Estado. Ás vezes, há apesar de tudo leis com alguma pontinha de justiça que são completamente torpedeadas pelo uso de gente que vive nas margens paralelas da economia do país.
E eu andei numa faculdade privada, com condições quase luxuosas (incluindo uma sala de tribunal para simulações de julgamento) com professores de reconhecido nome e bem remunerados, com tudo o que um aluno poderia esperar de uma faculdade. As boas notas não eram fáceis de obter, dada a exigência generalizada, o que ficou demonstrado pela preparação com que os licenciados entraram na Ordem dos Advogados, conseguindo melhores notas que a Católica e a Nova. E recordo-me, por exemplo, de uma colega, filha de um embaixador estrangeiro em Portugal, que ia de BMW e recebia bolsa de estudo, por, supostamente, ter rendimentos baixos...
Isto tudo para dizer que, exceptuando estes "casos", quem não tivesse dinheiro não era admitido.
Abraço.
Enviar um comentário