quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Sindicalismo radical

Há muito que não ouvia Miguel Sousa Tavares falar de forma tão lúcida e objectiva. Comentava o caso das escutas ao PM e disse que a posição hoje conhecida da Associação Sindical dos Juízes (de que devem ser tornados públicos os despachos do Presidente do STJ que declaram nulas as escutas) não é mais do que uma tentativa de contornar a questão da publicação ou não das conversas, escutadas ilegalmente. Como disse - e bem - MST, esta posição não é mais do que um subterfúgio para atender a pedidos de várias famílias, que insistem no conhecimento público do teor das conversas. De uma força política, tal posição não estranharia ninguém, mas de uma associação (se bem que sindical) de Juízes esperava-se uma posição bem mais sensata e, acima de tudo, respeitadora da Lei. Ouvir Juízes defenderem a violação da Lei é algo de impensável numa Democracia e aterrador num Estado de Direito.
António Martins já deu, por diversas vezes, mostra de um sindicalismo radical, o que não é compatível com a magistratura e as funções que os Juízes exercem, sendo o recente conflito com Noronha de Nascimento um exemplo paradigmático. Bem sei que, como profissional forense, deveria evitar o seguinte comentário, mas não posso deixar de o tecer: tenho medo destes Juízes que confundem as suas funções constitucionais com as suas preferências e interesses políticos. Muito medo mesmo.

1 comentário:

Anónimo disse...

mas, afinal, o assunto diz respeito a esse sindicato? Esse sindicato não é tido nem achado. Que se pronunciem sobre assuntos para os quais um sindicato está vocacionado.