terça-feira, 27 de julho de 2010

As perguntas que não são feitas

O Miguel Abrantes deu início a uma nova série, esta dedicada a perguntas que os jornalistas, ou por esquecimento ou por cumplicidade, não fizeram ainda a Passos Coelho. A primeira prende-se com os poderes do Presidente e a segunda com o conceito "razão atendível" para os despedimentos.
Ora, assim de repente vejo mais umas quantas perguntas que os jornalistas não colocaram:
- "No novo sistema de Saúde, haverá menos hospitais e centros de saúde públicos dos que existem actualmente?"
- "Em caso negativo, terão todos os utentes, incluindo os que não tenham posses, acesso a qualquer unidade de Saúde, incluindo privadas, ou apenas às públicas, em menor número?"
- No novo sistema de Educação, haverá menos escolas e universidades públicas dos que as existem actualmente?"
- "Em caso negativo, terão os alunos, incluindo os que não tenham posses, acesso a qualquer escola ou universidade, incluindo particulares, ou apenas às públicas, em menor número?"
- Caso passe a vingar o princípio utilizador-pagador, descerão os impostos directos na devida proporção? E descerão para todos os contribuintes ou apenas para os que aufiram menos do que determinado valor?
- Passando a existir a possibilidade de as pessoas serem alvo de revista por parte de empresas de segurança privadas e sendo esta uma acção excepcional, não existirá um abuso em relação aos direitos de reserva da intimidade e de privacidade?
- Passando a ser facilitado o acesso das autoridades ao teor de mensagens privadas, ao correio electrónico e a conversas, sendo estas acções excepcionais, não existirá um abuso dos direitos de reserva da intimidade e de privacidade?

Muitas outras existirão, certamente. Estarão todos os jornalistas deste país assim tão distraídos, ou esquecidos? Não terão imaginação? Estarão a banhos? Ou cansaram-se de investigar a fundo os temas com Sócrates?

3 comentários:

Anónimo disse...

Vê-se que V. não tem ido ao DO, Ricardo.
Um abraço.
João Carvalho

Ricardo Sardo disse...

Vou todos os dias João. E sei que têm questionado a proposta. O objectivo, neste post, é apenas criticar a falta de dedicação e empenho dos jornalistas em geral, que, comparados com outros casos e/ou políticos, adoptaram o comportamento inverso, em que tudo investigaram, questionaram, etc. Apenas isso.
Abraço.

Graza disse...

Sim Ricardo, mas não pode ser, se dez pontos já foram à viola sem as perguntas, com as perguntas lá iría o resto dos ganhos das campanhas que tanto resultado deram.