domingo, 5 de dezembro de 2010

A sarjeta

Há semanas tinha aqui deixado a minha opinião sobre o Correio da Manhã e o tipo de actividade que se pratica naquela casa - algo a que alguns chamam de "jornalismo". Fi-lo a propósito do tratamento que fazem dos casos judiciais, mas a falta de ética é generalizada a todos os temas. Há muito que é sabido que a Cofina, grupo que detém o CM e o Record*, tem uma clara preferência pelo Sporting e que aproveita todas as oportunidades para tentar desestabilizar o Benfica. Seja nas sucessivas notícias de jogadores contratados ou em observação pelo Benfica (às dezenas em cada período de transferências), seja pelas notícias inventadas. À custa de alegadas "fontes" (que toda a gente sabe não existirem, pois trata-se, somente, de uma maneira de legitimar a especulação), publicam "informação" falsa. Hoje voltaram à sua costumeira prática. Isto, repito, não é jornalismo. Chamem-lhe de tudo, desde especulação, adivinhação, conversa de café, wishful thinking, mas jornalismo não. Jornalismo é uma actividade séria, com regras, ética, rigor e isenção. O que o CM pratica nada disto tem.
.
* Por falar no Record, o jornal desportivo traz também hoje mais uma notícia manipulada.

4 comentários:

Graza disse...

Pois é Ricardo, tem razão, mas talvez sejam os mais espertos,
eles lutam pelo número de jornais vendidos não pela qualidade vendida. Não é por acaso que é o único jornal se vê - sempre a condizer com o local - em qualquer tasca rasca do país...

Ricardo Sardo disse...

Por acaso não compreendo como é que quase todos os cafés escolhem o CM. Exceptuando um ao pé do meu escritório, que tem o DN juntamente com o CM, todos escolhem o pior de todos. Estranho. Até já pedi à dona do café ao pé de casa, que é minha amiga, para comprar outro, outro qualquer menos aquele, mas ela diz que os clientes preferem aquele. É assim o nosso povo. Queixam-se dos governos, mas não merecem melhor...

Graza disse...

Para mim é simples. Já o Vitor Direito, 1º Director, considerava que o verdadeiro jornalismo era o que o seu jornal praticava, contra o O Jornal e outros, com tiragens inferiores ao CM. E esta "qualidade" era e é baseada no sensacionalismo, na notícia voyeur, na parangona, que é a melhor forma dos preguiçosos mentais lerem, e a tasca não é própriamente o local onde abunde gente com paciência para abordagens mais profundas na leitura. Mas tenho outra teoria, o CM julgo que terá sido o primeiro jornal a lançar mão dos posters com meninas descascadas, ou próximo disso, e qual é que acha que seria o melhor jornal para chamar clientes para beber um copo? Os níveis de leitura do CM correspondem efectivamente á media do nível dos leitores portugueses.

Ricardo Sardo disse...

Nem mais. Quanto aos posters, recordo-me que, de facto, publicavam, mas penso que acabaram com isso. Pelo menos nunca mais os vi, apesar de quase todos os dias dar uma olhada rápida no jornal no café...
Abraço.