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Nos últimos anos, o Barcelona tem sido a equipe que me tem proporcionado os melhores momentos de futebol e tem provado, caso dúvidas existissem, que este desporto é uma arte. Mas uma arte ao alcance de poucos. Messi, Xavi, Iniesta, Villa, Busquets, Pedro e tantos outros do Barça são verdadeiros artistas da bola e transformam uma pequena bola num mundo de magia e sonhos. Nunca me esquecerei, por exemplo, os 6-2 em pleno Bernabéu há dois anos, numa exibição de luxo do Barça. Ou os 3-0 dois anos antes, com Ronaldinho a marcar dois belos golos, em que acabou aplaudido pelos adeptos blancos.
Há três anos, Marinho Pinto foi eleito Bastonário, mas os eleitos para os restantes órgãos da OA não o apoiavam. Os resultados ficaram à vista: José Antonio Barreiros no Conselho Superior e Carlos Pinto de Abreu no Conselho Distrital de Lisboa fizeram oposição ao Bastonário, abrindo um conflito sem precedentes. Pedro Raposo (que integrava a lista de Magalhães e Silva) no Conselho de Deontologia de Lisboa foi a excepção e não chegou propriamente a entrar na guerra.
O jantar de um blogue cuja esmagadora maioria dos autores apoia e está, directa ou indirectamente, ligada ao PSD e a Passos Coelho, teve como convidado surpresa... Passos Coelho. É, sem margem para dúvida, uma ENORME surpresa...
Cerca de 27 mil advogados escolhem hoje os novos órgãos da Ordem dos Advogados. Porém, o cargo mais mediático é o de Bastonário, que, nesta eleição, merece maior preocupação e atenção. A luta parece renhida entre dois dos candidatos e a decisão poderá ser por poucos votos, ao contrário do que sucedeu há três anos. Veremos é se fica tudo decidido ainda hoje, pois desconfio que, havendo impugnação dos resultados, é bem provável que estes sejam anulados.
Há pouco mais de um mês, já tinha abordado o assunto: considero que os cortes salariais, num momento de grave crise económico-financeira, são justificáveis, desde que sejam proporcionais (os cortes devem ser tão reduzidos quanto possível e não poderão colocar em causa a subsistência dos trabalhadores) e excepcionais, isto é, deverão vigorar apenas durante o período estrictamente necessário para o equilíbrio das contas públicas.
Ideologicamente, não tenho inclinação para apoiar mais os trabalhadores ou os patrões. Entendo que uns sem os outros não são nada. E por isso, tenho uma posição muito pouco "ortodoxa" em relação à figura da greve. Considero que deve ser um direito dos trabalhadores e deve estar bem delineado na legislação. É assim que acontece em Portugal, mas não em alguns países. E não deixa de ser curioso, até, que quase todos os países que não admitem a greve tenham regimes idoletrados pelos principais defensores da greve em Portugal. Falo, obviamente, dos comunistas.
Há dias, escrevi isto sobre o escândalo de uma suposta rede de prostituição que envolvia clientes VIP, como políticos, juízes, futebolistas, etc. Comentei que era estranho um caso com esta dimensão não ser comentado por quase ninguém nem ter tido o impacto que outros casos, bem menores e menos graves, tiveram. Eduardo Pitta foi a única excepção que encontrei na blogosfera, o único que comentou este caso. Tantos bloggers que mostraram indignação com outros casos bem menos graves e agora nem um caracter escreveram...
A Fernanda Câncio pergunta como é possível impedir a entrada de cidadãos europeus em Portugal. Convinha saber se o espaço Shengen foi "fechado" e se o controlo nas fronteiras portuguesas foi reposto ao abrigo do Acordo de Shengen ou se se trata de uma medida do governo para impedir a entrada de manifestantes anti-NATO. Se no primeiro caso, a medida é legal, já na segunda configura inclusive um crime por parte das autoridades policiais e que viola direitos constitucionais - e igualmente protegidos pela Carta Europeia dos Direitos do Homem. O problema é que os nossos jornalistas, tão competentes, não se lembraram de averiguar esta situação.
Todos nós temos dias em que nos sai tudo bem. Ou tudo mal. Hoje foi um desses dias, quer para portugueses, quer para espanhóis. Se para os primeiros, a atitude agressiva e combativa, com a ajuda da inspiração, traduziu-se numa goleada histórica, para nuestros hermanos a apatia levou ao descalabro. E só não foi uma mão cheia graças a um duplo erro grosseiro do árbitro auxiliar, que viu um offside de Nani inexistente (estava em linha aquando do remate de Ronaldo e toca na bola já dentro da baliza, pelo que teria que ser validado golo de Cristiano). A partir de amanhã, Portugal voltará a ser respeitada pelo Mundo do futebol, respeito esse perdido por Queiroz. Postiga, Moutinho e Carlos Martins, três dos melhores de hoje, foram "esquecidos" por Queiroz e Pepe, como central, "varreu tudo" e não perdeu, pelo menos que me recorde, um único lance com os adversários que lhe apareceram no caminho, incluindo situações de extrema dificuldades para um defesa (contra-ataques rápidos), o que serve de prova para Queiroz perceber que é defesa e não médio, como insistia em o colocar em campo. Mas não poderemos embandeirar em arco este resultado. Sim, o marcador final fica para História, a exibição na memória, mas convém não esquecer que a Espanha veio descontraída (ao contrário de Portugal, que queria muito vencer, para apagar a imagem dos dois últimos anos) e que se tratou de um amigável, não contando para nada senão para as contas do orgulho lusitano. E, claro, estavam em "dia não". Todavia, se alguém tinha dúvidas sobre a capacidade de Paulo Bento para orientar a Selecção, estou certo que, depois deste jogo, deixou de as ter.
"Fiquei pasmado, como toda a gente, creio, com um despacho de um juíz que decidiu reduzir o seu "horário de trabalho" diário em duas horas devido à redução da remuneração no próximo ano. É que os juízes, como todos os magistrados como outras categorias profissionais, não têm horário de trabalho, o que significa que têm que assegurar o serviço a seu cargo, ainda que com algum sacrifício, enfim o sacrifício exigível. A invocação de "horário de trabalho" pelo dito magistrado mostra à saciedade que ele errou a profissão, que não passa de um burocrata mascarado de magistrado.
Há dias questionava-me como é que o magistrado de Alenquer iria colmatar a redução de 600 euros no salário trabalhando menos. Há quem tenha avançado já uma possível resposta: juízes-a-dias.
Recebi este excerto de um despacho judicial (a parte relevante - ou interessante), tendo "tapado" as referências ao Juízo, à Secção, ao nº de processo e aos nomes nele indicados. Trata-se de um despacho real e recebi-o com os dados que omiti. Fiquei estupefacto com o que li, mas, infelizmente, já nada me espanta nos tribunais portugueses. E é também por causa disto que o país está como está e não saímos da cepa torta...


Nunca comprei o Correio da Manhã e nunca o comprarei. Dou, habitualmente, uma espreitadela no café (é o único jornal lá disponível) mas mais para ler algumas opiniões. Nunca o comprei e nunca o comprarei, poi não considero a actividade praticada pelos "funcionários" do CM como "jornalismo". Aquilo tem tanto de jornalismo quanto a minha profissão de engenharia...
Parece que o crescimento do PIB surpreendeu muitos economistas. Estamos, obviamente, a falar dos mesmos que, armados em pupilos de Nostradamus, previam o apocalipse final neste cantinho da Europa, o dilúvio que iria correr com Sócrates e toda aquela canalha de boys, que iria trazer o FMI para por ordem nesta espelunca. Claro que nada disto impede a vinda do FMI e a bancarrota, mas mostra que, apesar dos ataques de tudo o que é sítio, nem tudo corre mal nem só de asneiras vive este governo. E, mais importante, prova como estes economistas são sobrevalorizados pelos nossos media, que vão ouvir sempre os mesmos, como se Portugal tivesse apenas duas dezenas deles por esse país fora. São estes que mais criticam e atiram bitaites para os microfones - sempre disponíveis para os apanhar -, na esperança que o governo e Teixeira dos Santos os ouça, para depois colherem a glória (caso corra bem, claro, senão descartam-se de imediato), são os mesmos que dizem ter as soluções para os problemas e que fariam muito melhor, mas depois ficam "surpreendidos". Quanto à credibilidade destes senhores, estamos, pois, conversados.
Nem tudo o que parece é, mas esta notícia lança a suspeita de se tratar de uma greve de zelo por parte do magistrado judicial. Li a notícia completa e a desculpa avançada pelo Juíz nos despachos enviados aos advogados para o adiamento das diligências é que necessita de prestar assistência à família por causa da crise e dos cortes salariais que irá (ele, o Juíz) sofrer com o orçamento.
Antes do Porto - Benfica, o sportinguista Daniel Oliveira comentava no Record a posição dos adeptos leoninos e as suas preferências para o desfecho do clássico entre rivais. Classificou os adeptos do seu clube em três categorias. O próprio insere-se no grupo dos "éticos", que prefere a verdade desportiva e são sempre contra o tráfico de influências, a batota e a barbárie. Mas confessa aquilo que todos sabemos, que esta categoria de sportinguistas é minoritária, pois a larga maioria prefere ver o Benfica perder sempre, mesmo contra o Porto, toldados pelo ódio, como já aqui, aliás, comentei. Já hoje, um dos máximos representantes do clube de Alvalade, ainda por cima advogado, manifestou regozijo pela goleada sofrida ontem pelos vizinhos da 2º Circular. Na blogosfera, bloggers sportiguistas seguiram na mesma linha. Todos contentes, não porque estejam à frente do Benfica (ainda há bem pouco tempo perderam com "este" Benfica), mas porque o inimigo, que tanto odeiam, perdeu e perdeu por margem gorda. Para estes, não interessa se haja batota ou crimes por detrás dos resultados, o que interessa é ver o inimigo sofrer. Vivem para isso e para mais nada. Sem o Benfica não são nada e sentiriam um enorme vazio na alma, porque a sua alma alimenta-se do ódio visceral. Apoiam o Porto, como o fizeram no Apito Dourado, estendendo a mão com a esperança de continuar a auferirem das migalhas atiradas (há algumas semanas alguém perguntava se achavam que, para os "amigos" do Norte, não são mouros). Têm seguido uma cultura e uma gestão de subserviência, que chegou à oferta dos melhores jogadores a preço de saldo. É por causa disto que nós, benfiquistas, distinguimos sportiguistas de lagartos. Os primeiros torcem pelo seu clube e querem o melhor para ele. Os segundos trocem contra o Benfica e querem o pior para este. Os primeiros são verdadeiros sportiguistas, os segundos meros anti-benfiquistas, como se pode verificar nos programas desportivos. E de negativismos a História nunca gostou.
E todos os dias. Estes casos, relatados pela SIC no programa "Condenados", são apenas alguns exemplos. Errar é humano e todos nós erramos, mas quando está em causa a vida e a liberdade das pessoas e se condena sem provas inequívocas e irrefutáveis e sem certezas algo está mal.
Faz hoje uma semana que questionei se o País estaria melhor se tivesse sido o PSD a governar em vez do PS. A resposta é necessariamente negativa, não só pela falta de ideias do PSD (que se traduziu num vazio de propostas para colmatar os 500 milhões de euros), como pelas previsões semelhantes dos economistas afectos ao PSD (até Cavaco reconheceu, no recente anúncio de recandidatura, que se enganou nas previsões) e, sobretudo, pelo passado do partido no governo. De facto, quando governou o PSD cometeu os mesmos erros do PS e a situação financeiro-económica do país piorou tanto ou mais do que com os socialistas no poder. Estes dados*, objectivos e claros, mostram como as coisas muito dificilmente teriam sido diferentes com os sociais-democratas a mandar. Alguns exemplos: o TGV, tão criticado, também fez parte dos planos do último governo PSD; o novo aeroporto teve a concordância dos sociais-democratas a partir do momento em que foi "transferido" para a Margem Sul; os submarinos eram ideia de Guterres e Paulo Portas/Durão Barroso/Ferreira Leite; os gastos do Estado aumentaram mais com o PSD do que com o PS, apesar deste ser tão (justamente) criticado pelos primeiros. Muitos outros exemplos poderia dar, muitos outros nos lembramos. Parafraseando Rui Veloso, é muito mais o que os junta do que os separa, como é aqui bem lembrado.
Pedro Proença é daqueles árbitros que não enganam ninguém. Tem tudo para ser um árbitro de categoria internacional, tem qualidade para isso, mas quando apita os encontros do Benfica prejudica sempre o clube da Luz. Dizem que é sócio, pelo que apenas se compreende com um complexo mental, em que prejudica para não ser acusado de beneficar o clube do seu coração. Vítor Pereira, presidente da arbitragem, sempre soube ser imparcial quando apitava encontros do seu clube (Sporting) com o Benfica ou com o Porto. Recordo-me de que até os encarnados queriam que fosse ele a apitar os encontros. E foi há dois anos que Proença provou o seu complexto mental, ao ser o único a ver um penalty sobre Lisandro, jogador que, meses mais tarde, foi punido pela simulação que "enganou" Proença. O Benfica empatou e se tivesse ganho, como deveria, subiria ao primeiro lugar. A partir daí, o Porto embalou para o título e esse jogo foi decisivo.
O jornalismo desportivo é um caso paradigmático de como os media são tendenciosos e parciais. Atentemos, por exemplo, no Record, diário que, todos os dias sem excepção, dedica pelo menos uma página inteira ao Real Madrid, desde que Mourinho assumiu o comando técnico dos merengues. Tem a capa, tem a habitual coluna de opinião na página 2 e, voilá, a "coluna" dedicada ao Real Madrid, antes dos clubes portugueses e do desporto nacional. Nesta "coluna" não se faz outra coisa senão elogiar Mourinho, Cristiano Ronaldo, Ricardo Carvalho e Pepe. Podem fazer asneira num determinado jogo, mas são sempre entronizados como os deuses do Record.
O grande erro deste governo, em termos financeiros, foi pensar que ultrapassava a crise sem medidas extremas e más para as pessoas e empresas. Sócrates e alguns acólitos, como Manuel Pinho, Mário Lino ou António Mendonça, continuaram a pensar que podíamos continuar com as mesmas políticas económicas que adoptaram desde 2005. Teixeira dos Santos, que só continuou no governo por causa da situação extrema do País e pela cegueira megalómana do grande chefe, era cada vez mais um homem só no governo, exceptuando talvez Vieira da Silva, a outra voz prudente deste executivo. A dura realidade acabou por mostrar a Sócrates e seus fiéis que as ideias futuristas tinham de ser repensadas, os objectivos reapreciados e as medidas corrigidas. A crise mundial acabou por nos abalar e está aí com toda a sua pujança, também por força de alguns que tinham interesse nisso para enriquecerem do dia para a noite. E enriqueceram e nós ficámos mais pobres. O grande erro deste governo foi não ter adoptado as medidas inseridas no Orçamento para 2011 mais cedo, nomeadamente já no Orçamento para o presente ano, adiadas na expectativa de a crise não nos atingir em cheio. E é este erro que Passos Coelho, um rookie na política e um inexperiente nestas matérias, está agora a cometer, ao mostrar contentamente com o facto de o governo ter recuado em algumas das medidas propostas, especialmente no corte dos benefícios fiscais. O próprio acaba, no Facebook, por admitir que o pior ainda pode estar para vir, pois ele sabe, lá bem no fundo, que as exigências dos seus enviados especiais, Catroga e Ca., não passam de fogo de artifício para inglês ver, ou melhor... para eleitor ver. Os portugueses, como eu, ficam contentes, pois irão pagar menos em impostos, mas a medida acaba por ser negativa, pois era tão necessária quanto impopular. Sócrates subiu os salários da Função Pública e reduziu o IVA em vésperas de eleições e venceu-as. Os resultados estão à vista. Passos Coelho e a longa fila de boys que o seguem e acenam com o cartão do partido já só pensam no poder. Os resultados virão lá para o próximo Verão. Só não venham é, então, culpar Sócrates pela bancarrota. É que serão tão culpados quanto aquele.